ROBERTO FREIRE DIZ QUE POLÍTICA TRADICIONAL FOI DERROTADA
E DESTACA REFUNDAÇÃO DO PPS
Roberto Freire, Gleusa e Tim |
"A sociedade brasileira não está majoritariamente
nos extremos", analisa Freire
“O ciclo de governos mais progressistas se encerrou com
uma crise profunda das instituições e partidos”, diz o presidente nacional do
PPS, Roberto Freire, ao analisar, em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, o
resultado das eleições 2018 e as perspectivas partidárias da centro-direita e
centro-esquerda com a chegada de Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto.
“A política tradicional foi derrotada”, afirma Freire.“Para
se manter no time das legendas, que serão ouvidas e terão espaço já no futuro”,
nas palavras de Freire, o PPS aposta na refundação do partido, processo que já
estava em curso e agora se mostrou urgente.
A metamorfose, que inclui troca de nome (“Movimento” é
uma opção), se dará com a adesão de membros do Agora!, do Acredito e do Livres,
grupos que erguem a bandeira da renovação política, e com a possível fusão com
a Rede.
Sobre a Rede, legenda da ex-senadora Marina Silva, o
partido está com a sobrevivência ameaçada porque elegeu só uma deputada federal
e, com isso, não superou a cláusula de barreira. A consequência é a restrição
no acesso a recursos do fundo partidário e ao tempo de televisão.
Embora ainda falte a palavra final, tudo se encaminha
para a união dos dois partidos. O molde também é incerto, já que, pela lei, só
siglas com no mínimo cinco anos de registro podem se fundir. Oficializada em
2015, a Rede tentará na Justiça derrubar a regra.
“O PPS não está discutindo mudança por deleite de mudar,
mas porque é necessário”, afirma Freire. A expectativa é que a aliança com
organizações de oxigenação da política ajude a reformular os quadros,
estabelecer nova ponte com a população e ter conexão maior com redes sociais.
“A sociedade brasileira não está majoritariamente nos
extremos”, analisa Freire. “No primeiro turno, um movimento anti-PT deu impulso
a Bolsonaro e, no segundo, um grande grupo votou em Haddad para ser
anti-Bolsonaro.”
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