terça-feira, 20 de novembro de 2018

PPS PODERÁ MUDAR DE NOME E SE CHAMAR “MOVIMENTO”


ROBERTO FREIRE DIZ QUE POLÍTICA TRADICIONAL FOI DERROTADA E DESTACA REFUNDAÇÃO DO PPS

Roberto Freire, Gleusa e Tim

"A sociedade brasileira não está majoritariamente nos extremos", analisa Freire

“O ciclo de governos mais progressistas se encerrou com uma crise profunda das instituições e partidos”, diz o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, ao analisar, em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, o resultado das eleições 2018 e as perspectivas partidárias da centro-direita e centro-esquerda com a chegada de Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto.

“A política tradicional foi derrotada”, afirma Freire.“Para se manter no time das legendas, que serão ouvidas e terão espaço já no futuro”, nas palavras de Freire, o PPS aposta na refundação do partido, processo que já estava em curso e agora se mostrou urgente.


A metamorfose, que inclui troca de nome (“Movimento” é uma opção), se dará com a adesão de membros do Agora!, do Acredito e do Livres, grupos que erguem a bandeira da renovação política, e com a possível fusão com a Rede.

Sobre a Rede, legenda da ex-senadora Marina Silva, o partido está com a sobrevivência ameaçada porque elegeu só uma deputada federal e, com isso, não superou a cláusula de barreira. A consequência é a restrição no acesso a recursos do fundo partidário e ao tempo de televisão.

Embora ainda falte a palavra final, tudo se encaminha para a união dos dois partidos. O molde também é incerto, já que, pela lei, só siglas com no mínimo cinco anos de registro podem se fundir. Oficializada em 2015, a Rede tentará na Justiça derrubar a regra.

“O PPS não está discutindo mudança por deleite de mudar, mas porque é necessário”, afirma Freire. A expectativa é que a aliança com organizações de oxigenação da política ajude a reformular os quadros, estabelecer nova ponte com a população e ter conexão maior com redes sociais.

“A sociedade brasileira não está majoritariamente nos extremos”, analisa Freire. “No primeiro turno, um movimento anti-PT deu impulso a Bolsonaro e, no segundo, um grande grupo votou em Haddad para ser anti-Bolsonaro.”

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